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Tempo de viajar

“Viajar é preciso” é a frase que todos deveriam levar pra vida.Todo homem necessita viajar. Não digo apenas fisicamente, mas mentalmente também. É uma forma de você se libertar desse mundo por instantes, se conhecer e até mesmo desbravar os caminhos da sua mente.
Não existem fronteiras. Não existem limites pra isso. Desprender-se daqui mesmo estando no lugar é alcançado com prática, quando entramos em outros estados mentais.É uma forma de renovar a alma.

Sozinho ou acompanhado, tudo é válido. O grande problema é que hoje as pessoas focam suas vidas nos avanços tecnológicos, vivem as coisas por uma tela de computador/celular e acabam deixando de lado a vivência real. As relações ficam cada vez mais superficiais.
Esquecem que ao abrir um livro podemos entrar em outra dimensão. E quanto mais detalhes, fica mais fácil de criarmos todo o cenário em nossa cabeça. Nos envolvemos com os personagens. Nos aventuramos a cada capítulo. Surpreendemos ou não com o desfecho da história. Imaginamos outros finais. E assim como os livros, a música tem esse mesmo poder, de te levar pra longe. Afinal, a imaginação nos leva a caminhos que antes nunca pensamos em visitar.

Mas quando se trata de viajar no sentido físico, a coisa é bem mais complexa. Precisamos nos libertar de preconceitos e medos e passar a encarar que o mundo é uma caixa de surpresas e revelações. Cabe a você desbravá-lo de olhos atentos e pés dispostos a andar pelo desconhecido.

Nada como nós mesmos vivenciarmos as experiências, para quebrar aquela barreira de que as coisas são apenas como vemos nos filmes ou ouvimos falar pela boca de outros. Devemos deixar de lado o medo da distância do nosso porto seguro e se permitir.

Conhecer pessoas e trocar informações. Experimentar novos sabores. Sentir frio, calor ou os dois ao mesmo tempo em um só dia. Avistar pontos históricos e exóticos por natureza. Caminhar sem rumo apenas pra ver o que é diferente.Contemplar novos ares. Abraçar as pessoas quando descobrirmos afinidades. Transpor as barreiras linguísticas. Entender e respeitar outras crenças e culturas diferentes da nossa. Apreciar o pôr-do-sol em cada canto que passar. Desbravar novos horizontes.Chocar-se com outras realidades desafiando a nossa capacidade de interagir e de se adaptar ao meio. Registrar em fotos. Saber ouvir histórias e incorporá-las na sua vida. Afinal, tudo é conhecimento e este mudará sua forma de ver o mundo.

A minha começou ao aceitar um convite para uma viagem ao Peru. Algo sem muito planejamento, mas com motivação vinda da oportunidade de reencontrar os amigos e encarar esse roteiro tão bem falado pelos que já o conhecem.  Me dei conta de que não se tratava apenas de conhecer um lugar considerado sagrado, mas principalmente, de me conhecer e de desenvolver meu lado espiritual. Confesso que tive um choque de realidade ao ver crianças bolivianas de 5 anos entrando nos ônibus para vender comida. Ou até mesmo idosos carregando cargas nos ombros passando ao meu lado nos morros andinos.

Foram momentos contraditórios, ora cenas tristes de um povo sofrido, ora cenas esplêndidas de um lugar privilegiado por sua natureza exuberante.
E me inserir nessa cultura foi uma vivência única, inicialmente tendo que me arriscar no espanhol para pedir alguma informação ou cambiar pela moeda local, até a minha chegada em Machu Picchu. A altitude, o cansaço físico e o pé machucado foram uma das barreiras que precisei quebrar levando em conta o meu maior objetivo ali. Já no alto, tudo compensou a superação.

Festivais, praias e eventos foram outros roteiros que optei por fazer também. Óbvio que alguns imprevistos ocorreram em algumas ocasiões, mas é um aprendizado ter de se adaptar num lugar desconhecido, onde tudo é novo ao nosso olhar. E mesmo que seja difícil pra alguns sair dessa zona de conforto, digo que não há conhecimento maior do que aquele vivido e sentido.

Pra finalizar meus caros, não se esqueçam de que o tempo não espera você acordar pro que acontece ao seu redor, quem faz sua história é você. Então, por que não começa lendo um livro ou ouvindo uma música? Ou melhor, escolhendo um roteiro e partindo?

*Publicitária por acidente, sonhadora, mochileira iniciante e amante da natureza. Gosto de conhecer pessoas e ouvir suas histórias. Não dispenso um convite quando o assunto é visitar lugares alternativos com uma boa música ou pra fazer programações ligadas à arte em geral

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