Contextos, tecnologias e competências para a Comunicação Empresarial
Os tempos são de mudanças e adaptações para todos os setores da sociedade e para a comunicação não é diferente, principalmente para quem coloca em evidência marcas e pessoas, a comunicação corporativa. Os sinais apontam para uma transição energética, social, cultural, econômica e tecnológica. Este momento histórico pode-se apresentar como desafiador aos comunicadores porque estarão em destaque, mas pode ser extremamente motivador para entender as tendências e ajustar a direção do trabalho. Uma vez que a Comunicação precisa estar no centro do negócio junto aos tomadores de decisão nas organizações para ser parte da estratégia e não como extintor para combater crises.
Investimento
Uma pesquisa da Aberje – Associação Brasileira de Comunicação Empresarial – em parceria com a Escola de Comunicação, Mídia e Informação da FGV (FGV ECMI), com a participação de 102 empresas, aponta que R$ 36 bilhões devem ser destinados para atividades de comunicação empresarial em 2024, um crescimento de 1,5% em relação a 2023.
Parte desse valor deve ser direcionado para o entendimento e uso da Inteligência Artificial como ferramenta de estratégia, facilitadora dos trabalhos e não como substituta de profissionais para uma análise crítica de duvidar, criar e inovar. A tecnologia é a esteira para as formações, transições e adaptações na Comunicação e é preciso trabalhar com as possibilidades impostas e promovidas por ela, uma discussão necessária e diária.
Gente
O Norte para a comunicação corporativa é pensar que se comunica para pessoas, portanto, o papel da comunicação é humanizar a marca e traduzir os valores e planos da empresa para que a audiência receba da maneira mais verídica possível, entendendo as dores e expectativas do interlocutor. Isso requer evolução, inclusive para compreender as mudanças dos interlocutores. A comunicação é a arte de se conectar com o outro que se potencializa quando se conecta sobretudo com as emoções do outro, por isso é preciso ter claridade da mensagem que quer entregar para as audiências, no melhor formato, para ter a conexão entre humanos.
ESG
As mudanças climáticas fazem parte dessa fase crítica de transição, adaptação e exigência de comunicação como ponto de atenção. O engajamento das lideranças e marcas em ações de ESG com políticas de meio-ambiente, responsabilidade social e governança, será cada vez mais cobrado com a execução de um planejamento de comunicação robusto para que não sejam supérfluas ou soem como greenwashing, ou seja “maquiagem verde” ou “lavagem verde”, criando uma falsa aparência de sustentabilidade, sem necessariamente aplicá-la na prática.
Esses apontamentos foram feitos durante a 8ª edição do Aberje Trends, em São Paulo, com mais de 600 participantes, 272 empresas e 30 palestrantes com apresentações de cases, palestras e debates para gerar conteúdo para profissionais de comunicação corporativa que lidam com todo tipo de desafio da era da transição.
Indicadores
Algumas tendências que devem orientar as estratégias de comunicação das organizações para os próximos anos são:
Lifelong learning: o aprendizado não tem data para acabar. Os profissionais da era das transições estão aprendendo continuamente, questionando o que sabem e buscando novas fontes de conhecimento para se atualizar sobre tecnologias e tendências que se sucedem em um cenário em constante mudança;
Incerteza: capacidade de adaptação e a velocidade de reação vão ditar o sucesso das organizações e dos profissionais nesse cenário em mutação;
Transparência: A comunicação deve ser transparente, alinhada aos valores das marcas assim como as mensagens devem ser claras e diretas. O público espera posições firmes das organizações, que devem tomar partido nas questões que impactam o mundo, inclusive na interlocução com o poder público.
Dados: os dados são fundamentais para posicionamentos rápidos e decisões embasadas. As organizações precisam fortalecer sua expertise de análise de dados e reforçar seus times com profissionais e parceiros que sejam capazes de incluir os dados na estratégia de negócios.
Rapidez: o tempo não espera ninguém e com transições aceleradas e sucessivas, o mundo está em transformação e é preciso acompanhar as novas tendências e ideias para não se tornar irrelevante.