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Igreja São Benedito da Comunidade Quilombola Tia Eva, receberá Projeto de Restauração

No mês em que se comemora 121 anos da cidade de Campo Grande, será apresentada ao público, dia (21), as 16h, no Simpósio Estadual de Educação Patrimonial/Seminário Municipal de Patrimônio Cultural, uma explanação sobre o projeto Restauração e Requalificação da Igreja São Benedito, localizado na Comunidade Remanescente de Quilombo Eva Maria de Jesus – “Tia Eva”.

O trabalho foi pelo selecionado no edital de 2019 do Fundo Municipal de Incentivo à Cultura (FMIC), da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SECTUR), da Prefeitura de Campo Grande. O Simpósio é realizado pela SECTUR e Fundação de Cultura de MS. A programação teve início dia 17 de agosto e terá encerramento hoje com transmissão on line pelo página dos Facebook das instituições.

O projeto é coordenado pelo arquiteto Eduardo Melo e durante o seminário, apresentará, a justificativa, os objetivos e as etapas que a proposta deverá percorrer. O trabalho conta com uma equipe formada por três arquitetos e um engenheiro, composta por: Eduardo Melo (Arquiteto e Urbanista, Mestre em Conservação e Restauração de Monumentos e Núcleos Históricos), João Santos (Arquiteto e Urbanista/Historiador e Mestre em Conservação e Restauração de Monumentos e núcleos Históricos), Regina Maura Lopes Couto Cortez (Arquiteta e Urbanista, professora da Uniderp/Anhanguera) e Luiz Henrique Dantas da Silva (Engenheiro civil).

A proposta de Restauração e Requalificação será dividida em cinco etapas distintas, definidas como: Oficina de Cocriação; Identificação e Conhecimento do Bem; Diagnóstico; Proposta de Intervenção e Apresentação final dos resultados.

A escolha da Igreja de São Benedito para receber um projeto de restauro, se deu pela sua relevância histórica e cultural e por estar diretamente relacionada as manifestações culturais da comunidade, que é detentora da memória coletiva daquele território.

É importante evidenciar que o projeto finalizará a sua primeira etapa, definida como Oficina de Cocriação no dia (22), as 14h com a participação de membros da comunidade e dos órgãos de preservação. Devido a pandemia do coronavírus será realizada em ambiente virtual e restrito, primando pela saúde e segurança de todos os integrantes. A oficina será um encontro para construção coletiva de ideias e reflexões acerca dos desafios a serem encontrados no âmbito do projeto de restauro.

A preservação da Igreja de São Benedito, é uma forma de garantir a permanência das tradições e inclusive das manifestações culturais que ocorrem em torno da Festa de São Benedito, portanto, materialidade necessária para que as dinâmicas culturais permaneçam e tenham continuidade ao longo dos anos.

HISTÓRIA

A igreja de São Benedito, foi construída em 1919, por Tia Eva com ajuda da comunidade, em homenagem a São Benedito, seu santo de devoção. Escrava alforriada, do interior do Estado de Goiás, veio para os campos de vacaria, Vila de Campo Grande (atual Campo Grande – MS), com sua família e outros componentes da irmandade a procura de um “lugar para ser livre, viver com os “seus”, onde pudesse fazer sua casa, fazer farinha, lavar roupa e fazer óleo de mamona. Um local para passar a vida” (SANTOS,2010).

Ela tinha o dom da cura, era benzedeira, curandeira, parteira e doceira de mão cheia. Foi uma líder religiosa da sua própria comunidade e é considerada uma das fundadoras de Campo Grande – MS. Passou a ser muito conhecida e arrebatou diversos fiéis ao santo de devoção. Eva morreu em 11 de novembro de 1926 e deixou um legado registrado em um território certificado pela Fundação Palmares em 2008, como Comunidade Quilombola Eva Maria de Jesus.

Em homenagem ao Santo é realizado anualmente, desde a fundação da igreja a festa de São Benedito, um período marcado por orações ao Santo e festividades. A Igreja de São Benedito pela sua identidade histórica e pelo seu enorme potencial cultural, foi tombado pelo Município de Campo Grande em 1996 e pelo Estado em 1998.

Foto: Denilson Secreta

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