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Projeto de Restauração da Igreja São Benedito lança campanha para resgate fotográfico do local

Para enriquecer e desenvolver um projeto de restauro é necessário de fontes orais, bibliográficas, documentais e de registros iconográficos, como por exemplo, a fotografia. E, atualmente essas memórias da Comunidade Tia Eva são escassas. O Projeto de Restauração da Igreja de São Benedito e Requalificação do seu entorno imediato, localizada na Comunidade Tia Eva iniciou uma campanha onde toda a população pode participar. O foco é enriquecer a história do local e fortalecer as dinâmicas que ali se fazem presentes.

Atualmente na Arca (Arquivo Histórico de Campo Grande) possui apenas uma única foto dos anos 2000, e na própria comunidade também não se tem fotos mais antigas, fator que motivou a equipe do projeto criar a campanha. “Tivemos a ideia de criar a campanha com o foco de recuperar essa memória iconográfica, e assim podermos ver quais transformações ocorreram com o passar do tempo, se existiam outros elementos que se perderam, como era a utilização em torno do local pelas pessoas entre vários outros pontos que podem enriquecer e muito nosso projeto,” ressalta o Arquiteto e Urbanista João Santos.

Se você tem fotos antigas, vídeos ou algum registro da Igreja de São Benedito e da Comunidade Tia Eva, ajude a equipe do projeto a contar a história. É bem simples, poste seu registro e marque @projetotiaeva pelo Instagram ou Facebook ou mande pelo direct, colaborando a resgatar a memória de um território rico em muita cultura.

Projeto de Restauração e Requalificação

O trabalho foi pelo selecionado no edital de 2019 do Fundo Municipal de Incentivo à Cultura (FMIC), da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SECTUR), da Prefeitura de Campo Grande e receberá uma verba de aproximadamente R$128 mil para seu desenvolvimento. A coordenação frisa que a atuação visa entregar o projeto de restauro após etapas específicas, incluindo a participação da comunidade como a campanha por exemplo. A obra de restauro dependerá de outras etapas com o poder público.

Desde agosto a equipe está atuando nas seguintes etapas: Oficina de Cocriação; Identificação e Conhecimento do Bem; Diagnóstico; Proposta de Intervenção e Apresentação final dos resultados.  O projeto é coordenado pelo Arquiteto e Urbanista, Eduardo Melo, que é Mestre em Conservação e Restauração de Monumentos e Núcleos Históricos, além da equipe que é formada pelo Arquiteto e Urbanista João Santos, a Arquiteta e Urbanista Regina Maura Lopes Couto Cortez, a Arquiteta e Urbanista Rayssa Almeida e o Engenheiro Civil Luiz Henrique Dantas da Silva.

A escolha da Igreja de São Benedito para receber um projeto de restauro se deu pela sua relevância cultural, evidenciada pelo tombamento estadual e municipal, bem como de seu atual estado de conservação. Além de ser uma forma de garantia da permanência das tradições e manifestações culturais que ocorrem em torno da Festa de São Benedito, portanto materialidade necessária enquanto referência cultural para que as dinâmicas culturais permaneçam e tenham continuidade ao longo dos anos.

HISTÓRIA

A igreja da Comunidade Tia Eva foi fundada pela ex-escrava Eva Maria de Jesus, em 1919, como promessa após ser curada de uma grave doença. Em 26 de abril de 2008, a Fundação Cultural Palmares concedeu a Certidão de Autodefinição como Comunidade Remanescente de Quilombos aos descendentes de Tia Eva. Em 1996, a igreja foi tombada pelo município. No dia 5 de maio de 1998, a Igrejinha de São Benedito recebeu o tombamento definitivo como parte do Patrimônio Histórico de Mato Grosso do Sul.

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